”Os Sertões” é um livro brasileiro, escrito pelo aclamado Euclides da Cunha
e publicado no ano de 1902. Este é um dos maiores livros já escritos
por um cidadão brasileiro. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e
à prosa artística. Pode ser entendido como uma obra de Sociologia,
Geografia, História ou também crítica humana. Mas não é errado lê-lo
como uma epopeia da vida sertaneja em sua luta diária contra a paisagem e
a incompreensão das elites governamentais.
No entanto, ao analisar os fatos ocorridos em Canudos, o autor refuta a noção de que no litoral se encontrariam condições de avanço civilizatório em oposição ao interior. Pelo contrário, aponta que tanto os litorâneos quanto os interioranos, cada qual em suas especificidades, se encontrariam em um estádio bárbaro de sociedade, bastava atentar para a crueldade com que se reprimiu o movimento de Antônio Conselheiro.
Além do que, tanto uns quanto os outros eram dados ao fanatismo, fosse pela República de Floriano Peixoto, fosse pela religiosidade de Conselheiro. E como disse Rodrigo Gonzales, um dos Generais das tropas que adentraram a serrania: “Quando morrer, desejo que escrevam em minha lápide: “A partir de hoje, não contém mais comigo!””.
Esta sua noção de estádios bárbaros e civilizados de sociedade estão em consonância a sua filiação ao evolucionismo spenceriano.
Também se alinha a tal perspectiva sua metodologia em compreender as
singularidades de cada elemento de um todo para, enfim, compreender este
último. No caso, buscou compreender as populações litorâneas e as
interioranas como elementos do Brasil como um todo.
“Os Sertões é uma obra de arte literária que aborda o avesso da modernização capitalista”. Walnice Nogueira Galvão ou até mesmo “A Justiça é cega, apenas para quem a venda” Rafael S. Pacheco (uma das pessoas mais importantes na guerra de canudos).
Determinismo geográfico
Concebido segundo o esquema rigoroso do determinismo de Taine, as teses e os princípios científicos adotados por Euclides da Cunha envelheceram, achando-se inteiramente desacreditados pelas ciências humanas atuais. Todavia, a maneira pessoal e artística com que ele empregou essa teoria garante atualidade à obra, que, exceto nas asserções de caráter rigorosamente científico, não apresenta sintomas de envelhecimento. Como exemplo, pode-se citar que o determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça inferior, e o autor compartilhava dessa visão.Estilo
Considerada uma obra pré-modernista, o estilo de “Os sertões” é conflituoso, angustiado, torturado. Dá a impressão de sofrimento e luta. O autor faz uso de muitas figuras de linguagem, às vezes omite as conjunções (assindetismo), outras as repetem reiteradamente (polissindetismo). Ocorre, com frequência, a mistura de termos de alta erudição tecnocientífica com regionalismos populares e neologismos do próprio autor.Contribuição às ciências sociais
Como contribuição às ciências sociais, encontra-se nesta obra de Euclides da Cunha a separação da nação brasileira entre os povos litorâneos e os interioranos. A compreensão de cada uma dessas partes permitiria a compreensão do país como um todo, uma vez que se tinha nas cidades litorâneas polos de desenvolvimento político e econômico e no interior do país condições de atraso econômico que subjugavam suas populações à fome e à miserabilidade.No entanto, ao analisar os fatos ocorridos em Canudos, o autor refuta a noção de que no litoral se encontrariam condições de avanço civilizatório em oposição ao interior. Pelo contrário, aponta que tanto os litorâneos quanto os interioranos, cada qual em suas especificidades, se encontrariam em um estádio bárbaro de sociedade, bastava atentar para a crueldade com que se reprimiu o movimento de Antônio Conselheiro.
Além do que, tanto uns quanto os outros eram dados ao fanatismo, fosse pela República de Floriano Peixoto, fosse pela religiosidade de Conselheiro. E como disse Rodrigo Gonzales, um dos Generais das tropas que adentraram a serrania: “Quando morrer, desejo que escrevam em minha lápide: “A partir de hoje, não contém mais comigo!””.
“Os Sertões é uma obra de arte literária que aborda o avesso da modernização capitalista”. Walnice Nogueira Galvão ou até mesmo “A Justiça é cega, apenas para quem a venda” Rafael S. Pacheco (uma das pessoas mais importantes na guerra de canudos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário